segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Antes de apresentar o trabalho, gostaria de relatar algumas considerações com relação ao diretor do "Clube da Luta". Conhecendo um pouco de sua história, tem-se a vida de um diretor que trabalhou com videoclipes antes de ingressar na carreira cinematográfica, tendo em seu currículo grandes ícones como: Madonna, Sting, The Rolling Stones, Michael Jackson, Aerosmith, George Michael, Iggy Pop, The Wallflowers e Billy Idol. Fincher também dirigiu comerciais para TV, trabalhando com produtos como a Coca-Cola, Budweiser, Heineken, Pepsi, Levi's e AT&T. "Clube da Luta" não deixa de ser um videoclipe, uma longa e profunda série de imagens.
Uma característica marcante do trabalho do diretor americano David Fincher são filmes mais densos do que o cinema americano está acostumado a produzir. Seus roteiros tratam de temas fortes com uma direção propícia para uma reflexão mais séria. Atualmente o diretor está estreando um novo filme em circuito internacional. "Panic Room" ou "O Quarto do Pânico", estrelado por Jodie Foster, conta a história de uma mulher escondida numa mansão onde está acontecendo um roubo. O suspense pretende surpreender o espectador, característica que Fincher já demostrou ser conhecedor.

David Fincher é impactante porque carrega o público para o seu universo de uma maneira muito segura - sem apelações ou clichês americanos - apresentando a sua ótica sem restrições ou meias-palavras. O filme em questão não poupa imagens fortes e por vezes, violentas. O espectador assiste o que Fincher mostra de forma objetiva, mas percebe que existe algo além disso, um sentido para tamanho videoclipe.

Alguns sites na internet especializados no filme "Clube da Luta" (http://sabotyler.vilabol.uol.com.br/tylerfiguras/david.htm) afirmam que ao assistir os filmes deste diretor ("Clube da Luta", "Alien 3" e "Seven - Sete Pecados Capitais") é como se estivéssemos "levando um soco na boca do estômago". Lembram que as pessoas, na sua maioria, preferem assistir filmes "agradáveis", "leves", "felizes". No entanto, elas não percebem que se algo as incomoda, como no caso, assistir um filme que mobiliza sentimentos tão intensos de amor ou ódio, adoração ou desgosto, atração ou repulsa, isto também deva ser pensado. Vale mencionar que a sociedade americana é muito regrada e, muitas vezes, necessita deste tipo de filme numa espécie de compensação para o que não consegue realizar. Estende-se essa idéia ao nosso país, que embora não produzindo tais filmes, assiste e faz parte do "elenco" dos estúdios ao engordar as cifras do cinema americano. Além disso, como ocorre com a cultura ocidental de forma geral, nós agregamos valores pregados pelos Estados Unidos e a identificação ocorre, mesmo que não de forma integral. Embora essa discussão seja válida, mais importante do que isto é não ater-se ao filme como uma expressão de uma realidade concreta, mas de uma realidade simbólica.

Pois o Clube da Luta é um filme que retrata as atrocidades que o homem comete diariamente, muitas vezes de forma velada ou simbólica, e que, quando mostradas na tela do cinema, acabam sendo repudiadas por um público cego às suas verdades. Porém, a expressão: "O soco vale o sofrimento" serve para aqueles que não estão satisfeitos em permanecer sem enxergar.

Nenhum comentário: